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Aliel, o bom exemplo vindo do Paraná

Do Jornal GGN 

Do blog de Marcelo Auler

Do Paraná, o exemplo de Aliel!

Arnaldo César (*)
Reeditado às 08:55 de quarta-feira (13/04) para acrescentar uma declaração do deputado.

Aliel Machado é um menino de 26 anos que chegou à Câmara Federal, em 2014, embalado por exatos 82.886 votos. É o mais jovem deputado federal da história política do Paraná. De classe média baixa nasceu na cidade de Ponta Grossa, um importante polo de agronegócios do País.

Foi da Juventude Socialista, do PCdoB e hoje está na Rede de Marina Silva. Na sua curtíssima trajetória política foi vereador e presidente da Câmara Municipal da sua cidade. Dele sabe-se que quando garoto engraxava sapatos pelas calçadas da Avenida Vicente Machado, a mais movimentada da cidade e também ganhava uns trocados carregando sacolas nas feiras livres.

Com exceção de seu expressivo eleitorado na Região dos Campos Gerais poucas pessoas conhecem esse rapaz.É bom ir logo avisando que ele não pertence a nenhuma dinastia de nomõesda política nacional.

Em seu blog, ele justificou seu voto:

“Eu não negocio meu voto e não aceito cargo. Eu espero que, se comprovadas as irregularidades, este governo pague e a chapa toda seja cassada. Acho que o PT errou muito e precisa pagar pelo que fez, como está pagando com todas as prisões. Mas eu não posso eleger um novo programa para meu país com a dupla Michel Temer e Eduardo Cunha, denunciado na Lava Jato e que em breve terá seu pedido de afastamento votado pelo Supremo”.

Aliel ganhou notoriedade, na segunda-feira (dia 11/03), quando decidiu votar contra o processo de impeachment da presidente Dilma na Comissão da Câmara. Fazia parte do bloco dos indecisos.

Ele próprio revelou que mudou sua posição aos 49 minutos do segundo tempo. As questões constitucionais e falta de motivo para destituir a mandatária atormentaram o menino parlamentar. Ao jornal “Gazeta do Povo”, o de maior tiragem no Paraná, ele declinou a verdadeira razão que o fez se decidir pelo “não ao golpe”:

Dos 38 parlamentares que votaram pelo impeachment, 35 tinham contas para acerta na Justiça. Não poderia ficar do lado dessa gente”.

Para quem acha que a política é um valhacouto de ladrões e cafajestes, Aliel e suas justificáveis indefinições é um sopro de esperança. Depois que saiu o resultado desta votação, o rapaz tem sofrido toda a sorte de ameaças através Internet.

O xingamento mais brando é o de que “não poderá mais circular pelas ruas de Ponta Grossa”. Pode até ser que venha a ser agredido na sua cidade natal. Afinal de contas, Ponta Grossa nunca, em momento algum, assumiu posições de vanguarda na política nacional. Ao contrário.

Às vezes, é de onde se menos espera que brotam árvores mais vistosas. A presença de jovens com senso de Justiça e preocupados com o interesse do País é o que importa.

O simples fato de não querer se misturar aos ladravazes da Casa é um belo sinal em sua personalidade. Aliel é uma semente a ser cultivada e acompanhada.

Vamos torcer para que mais “Alieis” vicejem por este País!

(*) Arnaldo César é jornalista e pontagrossense

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