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A nova cara do golpe em marcha (Por Juremir Machado)

golpe globo

Por Juremir no Correio do Povo

Há duas formas de tirar do poder um presidente legitimamente eleito.

Comprovar que o presidente cometeu um crime de responsabilidade previsto na Constituição.

Obter no Parlamento os votos necessários para o impeachment.

Impeachment não é político.

Sem base jurídica sólida, é golpe.

A outra forma é provar ao TSE que houve irregularidade na campanha.

O PSDB entrou com ação no TSE acusando a chapa Dilma-Temer de abuso de poder econômico.

O TSE precisa julgar essa representação.

Se cassar a chapa, Dilma e Temer vão para casa.

Faz-se nova eleição.

Se cassar em 2017, a eleição é indireta.

Já pensaram no impoluto Eduardo Cunha presidindo interinamente o país?

Já pensaram no transparente Renan Calheiros articulando uma eleição indireta?

A nova face do golpe é a mesma de 1961: adotar um parlamentarismo de ocasião.

Não está na regra do jogo.

Outra face do golpe, sustentada pelo jurista de direita Ives Gandra Martins, é a separação de Dilma e Temer no julgamento do TSE. Dilma seria cassada. Temer seria poupado. É maracutaia.

Mais uma face do golpe: PMDB e PSDB se entendem. O PSDB retira a ação no TSE.

Ambos derrubam Dilma pelo impeachment. Temer faz mandato tampão até 2018.

Tudo atalho. A ação, se retirada, deve ser assumida pelo Ministério Público.

É legítimo querer tirar Dilma do poder.

Para isso é só trilhar um dos caminhos constitucionais: provar materialmente que ela cometeu um crime de responsabilidade ou esperar que o TSE, com provas materiais, casse a chapa da presidente.

Dizer isso não implica defender corruptos.

Significa defender a Constituição.

Dilma não pode ser derrubada por causa do suposto triplex e do sítio do Lula.

Como em 1954 e em 1964, a oposição aceita rasgar a Constituição para tomar o poder.

Quando se trata de esmagar a jararaca para que perder tempo com firulas constitucionais?

Comentário do Luiz Müller Blog: Posso não concordar com tudo que o Juremir diz. Mas o objetivo de seu texto é mostrar que qualquer forma de rasgar a constituição é golpe. E este golpe, capitaneado pela Globo e pelos grandes meios de comunicação, está pondo a própria nação brasileira em risco, por que as instituições estão sendo usadas justamente para dar o golpe.

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