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Mulheres, estas bruxas revolucionárias – Sobre o 8 de março

Desenho do Latuff

Dia 8 de março é dia internacional da mulher. O império inventou uma história em meados do século 20 e espalhou pela face da terra: O dia 8 de março fora escolhido por eles, por que neste dia, em 1875, centenas de mulheres “coitadinhas” teriam sido queimadas vivas por um empresário malvado que provavelmente não aplicava bem as regras do capitalismo. Pois hoje através de pesquisadores, sabemos que esta história é uma fraude. O dia 8 de março de 1875 caiu num domingo, e embora as mulheres (e homens) trabalhassem 14 horas por dia, sem as mínimas condições de segurança e saúde, inclusive nos sábados, os bons capitalistas americanos eram todos cristãos e o domingo era dia sagrado de descanso. Uma fraude pra tentar esconder a capacidade revolucionária da mulher. Mais uma. Na Idade média elas eram as bruxas que aterrorizavam os homens com suas idéias revolucionárias e eram queimadas nas fogueiras. De bruxas malvadas a coitadinhas. Não mesmo.  A história verdadeira é outra. E está assim, bem resumida, na Wikipédia: Na Rússia, as mulheres  foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.

Verdade seja dita: foram as mulheres que iniciaram a maior revolução do século 20. E o que elas pediam “Pão e Paz”. Queriam os soldados russos de volta, por que eram seus filhos e maridos que morriam como bucha de canhão nos fronts de batalha. Queriam uma vida digna. Como querem até hoje as mulheres revolucionárias que na idade média eram chamadas de bruxas e queimadas nas fogueiras, e hoje tem sua história mal versada pelos capitalistas que insistem em rebaixar o papel da mulher e as próprias mulheres a um papel secundário. Recebem menores salários que os homens embora já sejam maioria como chefes de família. O capital as explora e muitas ainda são vítimas da dupla jornada e de violência doméstica. É tempo de reescrever a história. É tempo de abrir os olhos da humanidade para o que Marx disse no século 19: “A exploração do homem pelo homem só terminará quando o homem deixar de explorar a mulher”. Este parece ser o tempo das mulheres: Aqui no Brasil a Presidenta Dilma é símbolo desta evolução. Que este avanço seja o começo da revolução definitiva, que acabe com a exploração da mulher pelo homem, para que possamos acabar definitivamente com a exploração do homem pelo homem e salvar a humanidade das agruras do sistema capitalista que, vira e mexe, está em crise, e cada uma das crises são os trabalhadores e trabalhadoras que tem seus direitos atacados.

VIDA LONGA A LUTA DAS MULHERES POR DIGNIDADE PARA TODA A HUMANIDADE! QUE O DIA 8 DE MARÇO NÃO SEJA MAIS UM DIA DE DITRIBUIR ROSAS E MENSAGENS. É PRECISO QUE A REVOLUÇÃO CONTINUE, POR QUE MULHERES E HOMENS AINDA SÃO VÍTIMAS DA EXPLORAÇÃO NO MUNDO TODO. E ENQUANTO HOUVER UMA MULHER EXPLORADA POR UM HOMEM OU UM HOMEM SENDO EXPLORADO POR UM HOMEM, NÃO TEREMOS A PAZ NECESSÁRIA PARA QUE O PÃO CHEGUE A TODAS E TODOS.

Luiz Müller

23 pensamentos sobre “Mulheres, estas bruxas revolucionárias – Sobre o 8 de março

    • Tati

      A verdade que nos vendem os poderosos esta contaminada pelo poder explorador da classe dominante, que calça este poder sobre o patriarcado. Marx esta certo. Sempre esteva. Revolução mesmo a gente só vai ter quando acabar TODA a exploração do homem sobre a mulher.

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    • Tati
      Obrigado. Precisamos utilizar as redes para rever a história que a clase dominante e o PIG sempre disseram que tinha uma única versão. Não tem. Tem várias.

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    • Mariana

      Esou muito orgulhoso de estar sendo lido também fora das fronteiras. Mostra que as redes sociais são o caminho para construirmos um mundo solidário, que seja justo para com todos e todas. Abraço e obrigado por ler meu Blog.

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    • Obrigado Iara. Há mais informações nas redes. Várias delas é possível acessar pelos links dentro do próprio artigo e na Wikipédia. Mas existem também outras publicações sobre o tema. Precisamos abrir os olhos do povo para a erdadeira história da humanidade, pois ela não é feita só dos heróis apontados pelos escribas a serviço da classe dominante. Ela é feita principalmente pelo povo e dentro deste povo o papel da mulher é fundamental.

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    • Sumayara

      A gente precisa fazer com que a história seja contada por inteiro. Nas redes sociais tenho visto muita gente continuar passando aquele embuste americano e capitalista, de que tudo começou em 1875. Assim eles deixam de lado tudo o que foi construido de libertário com relação à mulher na antiga URSS. Boa parte da legislação que aqui no Brasil ainda brigamos por implementar, já existia na URSS depois do levante destas mulheres em 1917.

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  1. Impressionante, adorei saber da verdadeira história do dia das mulheres. E o que me deixa mais desapontada, é que estas informações não são mostradas em aulas, tenho 16 anos e tive esta matéria sobre Trotsky ano passado, onde nos mostraram que a POPULAçÃO foi a briga de “Pão e Paz” e não a Mulher. Talvez a sociedade anda machista demais para admitir estes fatos em que a mulher foi a luta para obter o que queria. Muuuito bom viu, parabéns !

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    • Gabriela
      Nas escolas passaram muitas décadas para falar em Trotsky também. Trotsky foi o dirigente revolucionário que se deu conta da degenaração da burocracia do Partido Comunista da URSS. Stalin o expulsou e perseguiu até conseguir matá-lo no México em 1940. Mas nada da Revolução Russa foi contada no seu tempo. A mídia a serviço dos interesses da classe dominante escondia. Agora, depois que a Revolução Russa já é só mais um fato na memória, eles estão falando alguma coisa em sala de aula. Mas nós podemos manter viva a chama daquela revolução, identificando os erros para não repetí-los e visualizando a realidade que nos cerca para podermos contruir a nova revolução que passa necessariamente pelo fim da exploração da mulher pelo homem, como já dizia Marx.

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  2. Parabéns! Bem apanhado o assunto, traduzindo, numa linguagem simples e direta, a verdade! Sempre há coisas a aprender para entender a trajetória que as mulheres têm trilhado, ao londo dos tempos! Obrigada!

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    • Cara Maria Helena

      Não há o que agradecer. Há que espalhar pelas redes sociais a vontade de mudar o mundo. E ele só mudará de verdade, quando todas as formas de exploração e injustiças tiverem sido superadas. Para superá-las, é preciso que todos saibam.

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  3. Quero é agradecer e muito pela versão bem contada. Hoje já movimentamos o mês de março para a luta pelos direitos e valorização dos trabalhos da mulher, das responsabilidades da mulher. Temos o mês de novembro para ativismo sobre a violência contra as mulheres. Claro tudo isso só por serem bruxas!!! Divulgarei sua matéria. Obrigada.

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  4. Pingback: Nós que odiamos tanto o Bolsa Família: Bolsa Família é uma arma das mulheres pobres do sertão contra o machismo (Via O lado escuro da lua) | Luizmuller's Blog

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